Ingestão de aveia na doença celíaca – um tema que ainda gera controvérsia
A ingestão de aveia tem aumentado, sendo hoje amplamente usada pela sua versatilidade, mas sobretudo pelos benefícios que o seu consumo pode proporcionar à saúde. Num passado recente, era um dos quatros cereais proibidos na dieta isenta de glúten (DIG).
Investigação recente apresenta resultados díspares quanto ao consumo de aveia pelos indivíduos com doença celíaca. Um artigo publicado em Abril de 2016 elaborou uma revisão da literatura cientifica (estudos realizados entre 2008 e 2014 em América do Norte e Europa), concluído que, em geral o consumo de aveia pura (sem contaminação por outros cereais, quer nos campos, no transporte, ou embalamento) pode ser considerada segura para adultos e crianças. No entanto, sabe-se que em algumas variedades de aveia não contaminada, existem alguns péptidos (constituintes da parte proteica) capazes de desencadear uma resposta imunitária em indivíduos mais sensíveis.
Desta forma, se tem doença celíaca e não consome aveia, mas pretende introduzi-la na sua dieta, deixo-lhe algumas recomendações:
Deve fazê-lo com o acompanhamento do seu médico e nutricionista, este deve certificar-se de que o seu intestino está recuperado e pré-definir um período de tempo, assim como uma quantidade determinada para ingerir diariamente.
Você deve garantir que ingere apenas aveia pura, estando atento a quaisquer novos sintomas que surjam e possam estar relacionados com esse consumo.
Após este período o seu médico deverá reavaliar a sua situação clínica (tal como fez inicialmente).
Qualquer alteração na integridade da sua mucosa intestinal, ou alteração nas suas análises sanguíneas indicam que não poderá consumir aveia. Mas, se pelo contrário, não foi registado qualquer sintoma ou alteração negativa, poderá consumir aveia com segurança, não esquecendo que a DIG deve ser mantida com rigor.
Patrícia Soares – Nutricionista (2941N)
4 de Novembro de 2016